quinta-feira, 22 de março de 2012

Cidown faz palestra sobre "Inclusão: sonho ou realidade?"

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NOTA
 
A CIDOWN – Associação Sergipana dos Cidadãos com Síndrome de Down, dando continuidade aos trabalhos do ano de 2012, ainda em comemoração ao Dia Internacional da Síndrome de Down - 21 de março, promoverá a palestra “INCLUSÃO: SONHO OU REALIDADE?”, a ser proferida pela Pedagoga, Psicopedagoga, Especialista em Educação Especial, LIDIERI BARROS, que acontecerá em 29 de março, às 19:30 horas, no auditório da MULTSERV, localizado na Rua Frei Paulo, 191, Bairro São José.


Atenciosamente,

Sheila Christine Santos Fernandes de Souza
Presidente


CIDOWN - Cidadão Down. Associação Sergipana dos Cidadãos com Síndrome de Down

  www.cidown.com.br
  atendimento@cidown.com.br
  http://www.facebook.com/cidown
  

Postado Por: Anderson Barbosa08:37

quarta-feira, 21 de março de 2012

Aracaju celebra Dia Internacional da Síndrome de Down

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Foto: site da Cidown

Por Anderson Barbosa, com informações da CIDOWN

Vinte e um de março é o Dia Internacional da Síndrome de Down e em todo o mundo a data é lembrada com diversos eventos. Em Aracaju não é diferente, hoje (21), a CIDOWN - Cidadão Down - Associação Sergipana dos Cidadãos com Síndrome de Down – realiza uma caminhada no centro da cidade que vai reunir pessoas com deficiência, organizações não-governamentais e dezenas de pais.
Segundo a presidência do Cidown, Sheila Christine Santos Fernandes de Souza , “o  objetivo do dia é disseminar informações sobre a síndrome de Down e conscientizar a população sobre a importância da promoção do direito inerente às pessoas com síndrome de Down de desfrutar uma vida plena e digna, como membros ativos e valorizados em suas comunidades e na sociedade”.
A caminhada tem como tema “VIVENDO NOSSO PRESENTE. CONSTRUINDO NOSSO FUTURO”  e concentração ocorre a partir da 15h, com saída às 16h da Praça Olímpio Campos, em frente à Catedral Metropolitana, seguindo pela Rua Itabaianinha até a Rua São Cristóvão, dobrando no Calçadão da João Pessoa até a Praça Fausto Cardoso, na frente do Palácio Olímpio Campos. A Cidown vai vender durante o evento camisetas com a estampa abaixo ao preço de R$15,00.


Foto: site da Cidown

 
ONU (informações abaixo do site http://www.inclusive.org.br/): 


O primeiro Dia Internacional da Síndrome de Down oficial será celebrado na sede da ONU em NY, em 21 de março de 2012 (21/03), com a Conferência “Construindo o nosso futuro”.
Educação inclusiva, participação política, vida independente e pesquisas científicas são alguns dos tópicos que serão discutidos por auto-defensores, além de especialistas na síndrome, representando todos os continentes.
O Brasil estará fortemente representado por jovens da Associação Carpe Diem de São Paulo, que foram convidados para lançar o livro de sua autoria “Mude o seu falar que eu mudo o meu ouvir”, um guia de acessibilidade na comunicação para pessoas com deficiência intelectual. A publicação é a primeira no gênero de que se tem notícia no mundo e terá versões em português e inglês. As ações pela promoção da inclusão em parceria com a mídia do Instituto MetaSocial, da campanha Ser Diferente é Normal, em comerciais e novelas, entre outras, e as comemorações do Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado no Brasil desde que foi lançado em 2006, também terão destaque. Tathiana Heiderich, repórter do programa Ser Diferente contará sua experiência na TV.
O evento é gratuito e patrocinado pelas Missões do Brasil e da Polônia junto à ONU e organizado pela Down Syndrome International, Secretariado da ONU para a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e UNICEF, com a colaboração da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD), Down España, Down Syndrome Research and Treatment Foundation (DSRTF), National Down Syndrome Center (NDSC),  National Down Syndrome Society (NDSS) e Special Olympics.
O evento será transmitido ao vivo no website da ONU: http://www.unmultimedia.org/tv/webcast/index.html
Sobre o Dia Internacional da Síndrome de Down
O Dia Internacional da Síndrome de Down foi criado pela Down Syndrome International e é comemorado desde 2006. A data escolhida foi 21 de março (21 / 3) para representar a singularidade da triplicação (trissomia) do cromossomo 21 que causa esta ocorrência genética.
O objetivo do dia é disseminar informações sobre a síndrome de Down e  conscientizar a população sobre a importância da promoção do direito inerente às pessoas com síndrome de Down de desfrutar uma vida plena e digna, como membros  ativos e valorizados em suas comunidades e na sociedade.
Uma resolução para designar 21 de março como “Dia Internacional da Síndrome de Down”, a ser observado a cada ano a partir de 2012, foi aprovada por consenso pela Assembléia Geral da ONU em Dezembro de 2011. A resolução foi proposta e promovida pelo Brasil, e co-patrocinada por 78 Estados membros da ONU.

Postado Por: Anderson Barbosa11:40

terça-feira, 13 de março de 2012

Rogério Minotouro visita Amo, em Aracaju

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Rogério Minotouro visita sede da AMO.
 


Na última segunda-feira, 12, a Associação dos Amigos da Oncologia – AMO -, recebeu a visita ilustre de Rogério Minotouro, lutador brasileiro de artes marciais mistas e que brilha no cenário do UFC mundial. O atleta esteve em Aracaju, onde participou no domingo, 11, do Seminário Solidário de MMA, em que a AMO foi beneficiada com as doações arrecadadas no ato da inscrição do evento.
Minotouro visitou a instituição e foi recebido com carinho e tietagem pela diretoria, voluntários, assistidos e funcionários. Na oportunidade, o atleta enalteceu o trabalho da AMO e através de palavras de incentivo, falou aos assistidos sobre as dificuldades que são travadas por todos. Mas, que é preciso acima de tudo, força, fé e luta para conseguir vencer todas as batalhas. A partir dessa visita, a Associação dos Amigos da Oncologia, conta com o apoio do padrinho Rogério Minotouro, que através do esporte vai unir forças em prol da instituição. A visita foi acompanhada pelo treinador do atleta, o americano Erick Albarracin, do professor Adriano Ulisses, Charles Nardelli e do voluntário Luciano Silva.

Minotouro ao lado segura uma criança assistida pela AMO.


AMO - A Associação dos Amigos da Oncologia é uma instituição não governamental, sem fins lucrativos, que presta assistência a portadores de câncer de todas as idades. O trabalho da AMO beneficia pessoas provenientes de Aracaju, interior do estado, Alagoas e Bahia. Hoje, a AMO possui em seu cadastro mais de mil e oitocentos assistidos, sendo que, setecentos e setenta e nove estão recebendo atendimento. A cada mês, cerca de vinte novos cadastros são realizados. Para manter a estrutura assistencial, pagamento de funcionários e encargos, e a manutenção da unidade,  a instituição conta com as doações recebidas através do serviço de telemarketing e carnês. 
Além da assistência ao tratamento, a AMO fornece aos assistidos e familiares, cestas básicas, remédios, transporte, refeições, material de higiene, fraldas descartáveis, alojamento durante o tratamento, assistência social, psicológica e odontológica, entre outros.
A Associação dos Amigos da Oncologia está localizada a Rua Permínio de Souza, 270, em um prédio construído através do Projeto Mãos Amigas, da TV Sergipe, do qual a instituição participou em 2009.

Texto: Lotti+Caldas Comunicação
 
Crédito das Fotos: André Major

Postado Por: Anderson Barbosa11:58

sexta-feira, 9 de março de 2012

Miss Brasil faz show beneficente para o Lar de Zizi

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Mais uma vez em Aracaju, Silvanira Francisca, ex-interna, do Lar de Zizi atualmente residente e domiciliada em Barcelona (Espanha) estará em nossa cidade no Teatro Atheneu apresentando um espetáculo digno de nota, em um show beneficente para atender as necessidades desta instituição que a abrigou durante a sua infância.
 
No ano de 2006, Silvanira lançou no Brasil, a 1ª edição do seu livro em Português, “Lar de Zizi - Um pedacinho do céu na terra, abençoado por Deus”. Em 2007 lançou a 1ª edição em Espanhol, “Hogar de Zizi – Un pedacito del cielo en la tierra , bendecido por Dios. Ambos com peça teatral, tanto em espanhol como em português.
 
No exterior, por onde anda exercendo suas profissões de estética, coreógrafa e modelo (agência People), atuando em Barcelona como artista na área de TV ( Toni Rovira y tu, canal 25 de televisão, Barcelona) vem divulgando a casa que lhe abrigou e várias cidades sergipanas. Durante o evento, Silvanira apresentará o show com os artistas voluntários: Banda Ideário, Na mesa de samba, Clau Andries – cantora baiana.
 


O espetáculo será no dia 10 de março (sábado) às 20h no Teatro Atheneu com ingressos a venda no próprio teatro ao preço de R$ 50,00 inteira e R$ 25,00 meia. "O Lar de Zizi agradece a todos que se sensibilizarem com a causa do menor carente e ao mesmo tempo a alegria de sentir a sensação de um espetáculo de alto nível".
 
 
 
Fonte: Assessoria de Comunicação

Postado Por: Anderson Barbosa12:08

Defensores Públicos discutem política de desinternação e transtornos mentais

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O defensor público e integrante do Núcleo de Execuções Penais da Defensoria Pública do Estado de Sergipe, Anderson Amorim Minas, representou a instituição na primeira reunião ordinária do ano da Comissão de Execução Penal do Conselho Nacional de Defensores Públicos Gerais (Condege), realizada na cidade de Vitória, Estado do Espírito Santo.

Durante a reunião, defensores públicos de 14 estados do país participaram da discussão das questões de progressão de regime, uniformização de procedimentos em execução penal, reativação da Força Nacional de Execução Penal, tratamento e desinternação progressiva dos portadores de transtornos mentais que cumprem medida de segurança, além da troca de experiência sobre livramento condicional, entre outras pautas.

Para Anderson Amorim, as reuniões da comissão tornam-se cada vez mais importantes, uma vez que denotam o debate de questões polêmicas e propiciam a troca de informações para as Defensorias Públicas de todo país. “As experiências de cada Defensoria que tangenciam as ações políticas, institucionais e técnicas são expostas e debatidas com o objetivo de aprimorar e qualificar ainda mais os serviços prestados pelas instituições nos estados”, afirmou.

O presidente da Comissão de Execução Penal do Condege, defensor público José Adaumir Arruda da Silva (DPPA), mencionou a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no sentido de que a prática de falta grave não pode interromper o prazo para a concessão de novos benefícios, incluindo a progressão de regime.

Anderson Amorim lembrou que o STF e a 5ª Turma do STJ entendem que, com exceção do Livramento Condicional e da Comutação, a prática da falta grave implica reinício da contagem de prazo para a concessão de benefícios relativos à execução da pena, inclusive a progressão de regime.

“A contagem do novo período aquisitivo deverá iniciar na data do cometimento da última falta grave, a incidir sobre o remanescente da pena e não sobre a sua totalidade. Por outro lado, a 6ª Turma do STJ, em divergência, a partir do julgamento do HC nº 123.451/RS, firmou entendimento de que o cometimento da falta grave somente dá azo à regressão de regime prisional e à perda dos dias remidos, com esteio no que preceituam, respectivamente, os artigos 118 e 127 da LEP. Mas, por ausência de previsão legal, na hipótese da prática de falta grave, inexistirá interrupção do lapso necessário para a obtenção de benefícios da execução penal, a exemplo da progressão de regime e do Livramento Condicional”, mencionou o defensor público.

O tema bastante discutido foi sobre a política de desinternação das pessoas acometidas de transtornos doentes mentais e que cumprem medida de segurança. Segundo Anderson Amorim, o Ministério da Saúde lançou o Programa ‘De Volta para Casa’, que tem por objetivo a inserção social de pessoas acometidas de transtornos mentais, incentivando a organização de uma rede ampla e diversificada de recursos assistenciais e de cuidados.

“O programa dispõe sobre a regulamentação do auxílio-reabilitação psicossocial, instituído pela Lei 10.708/2003, para assistência, acompanhamento e integração social, fora da unidade hospitalar, daquelas pessoas que possuem história de longa internação psiquiátrica, e que este programa atende ao disposto na Lei 10.216, de 06/04/2001, a denominada Lei antimanicomia”, explicou.


Fonte: ASCOM/Defensoria Pública do Estado

Postado Por: Anderson Barbosa11:55

quinta-feira, 1 de março de 2012

Um encontro com o Gladiador Cadeirante...

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Por Anderson Barbosa

Eram pouco mais de cinco anos de emissora e ainda sentia o coração bater forte toda vez que entrava ao vivo em um dos telejornais da casa. Era como se fosse a primeira vez... Dezenas de ensaios, texto repassado, marcação feita com direção de tv, mas na hora que o apresentador me chamava era sempre a mesma emoção.
Os mais experientes dizem que o frio na barriga e a taquicardia são o termômetro do  grau de prazer pela atividade que desempenhamos. Se as emoções desaparecem, já não estamos fazendo com a mesma empolgação de antes.  E mais: O medo de errar – não exagerado – serve para aprimorar nosso trabalho e buscar fazê-lo cada vez melhor.
Em dezembro de 2011, tive a primeira experiência de fazer um ao vivo dentro de um estúdio. Na verdade era um dia de estréia para uma turma no programa Viva Esporte (Tv Sergipe): Ana Fontes (repórter  – com anos de bagagem na reportagem geral - faria as entradas ao vivo no esporte – área que ela não domina); Tâmara Oliveira (repórter – que iria apresentar o programa cobrindo as férias da apresentadora Lanne Pacheco); Thiago Barbosa (editor de texto, o qual faria sua estréia  como editor-chefe); e eu (repórter da geral, mas que sempre estava a disposição do esporte) farias as intervenções na entrevista e seria o responsável por fazer as perguntas enviadas pela internet pelos telespectadores, no lugar de Marcelo Carvalho – também em férias.
Como quase tudo em jornalismo é na base do improviso, só fui comunicado pela chefia de redação da estréia no estúdio um dia antes, sob a justificativa que seria a “melhor” pessoa para contribuir na entrevista que abordaria um assunto relacionado a pessoa com deficiência, em comemoração ao dia 3 de dezembro.
Confesso que estúdio nunca me empolgou, mas senti uma certa satisfação.  Porém, estar nas ruas ouvindo pessoas além de ser mais prazeroso torna-me mais  eficiente no trabalho. Acredito que lugar de repórter é na rua, é onde tudo acontece, histórias surgem, temos um contato mais próximo com as pessoas, o retorno do nosso trabalho, as críticas que nos chegam e ajudam no crescimento profissional. Isso sem falar nas amizades que entre uma pauta e outra acabam surgindo. Muitas vezes ouvimos coisas do tipo: “você é mais feio pessoalmente” ou “vigi como ele é magro”, mas isso é um mero detalhe ( Atire a primeira pedra jornalista de tv  que nunca viveu situação semelhante? Se bem que muitos já deve ter ouvido: “vc é mais bonito pessoalmente”, já ouvi também, mas em menor escala... rss).
Voltando ao dia de estréia no estúdio ao vivo, as horas que antecederam o programa foram de muita ansiedade, nervosismo, medo de errar. Por alguns instantes, o incentivo de colegas mais experientes trazia uma certa tranquilidade, só que era momentânea, e logo vinha a sudorese, a fala rápida, a taquicardia. Tâmara Oliveira estava mais preparada. Dias antes tinha feito piloto (gravação para simular o programa, uma espécie de ensaio), acompanhou a edição das matérias e estava com uma lista de perguntas - para em caso de esquecimento – serem utilizadas pela dupla. Mas tanto ela, quanto eu era só orações feitas entre a redação, camarim, sala de espera dos entrevistados e o estúdio. A turma do estúdio era só incentivo, colocando só força e fé. Eles estavam mais confiantes que nós (rss).
Quem me conhece sabe o quanto a ansiedade me atrapalha. Quando penso que está tudo tranquilo, lá vem a bendita para causar seus estragos. O bom é que tenho contornado (eu acho rss). Trinta minutos antes do programa entra no ar, já vestido a caráter e maquiado, foi conhecer os entrevistados: Maria Gilda (cadeirante, atleta de vários modalidades esportivas) e Ulisses Freitas (cadeirante, também atleta de várias modalidades).



Fonte: arquivo pessoal

Na pré-entrevista a conversa fluiu (e se repetiria depois no estúdio)... Senti mais confiança e percebi que o tempo reservado para a entrevista de estúdio seria pequeno para tanto assunto e histórias a seres mostrados ao telespectador. Mais uma vez, na minha jornada como jornalista, tive a oportunidade de conhecer um exemplo de superação, Ulisses Freitas. História que compartilho nas próximas linhas contadas em primeira pessoa:

-Tenho 32 anos, casado, pai de um filho de 8 anos, sempre fui apaixonado por esportes, jogava futebol e capoeira, antes de adquiri a lesão medular e ficando paraplégico, sou o filho mais velho de seis Irmãos homens, de família humilde, mas com muito caráter.
No ano de 2008 eu (Ulisses Freitas) e meu Irmão (Arquimedes) entramos para a Polícia Militar do Estado da Bahia e fomos para cidade de Paulo Afonso no 20º Batalhão. Nos finais de semana voltávamos para nossas casas. Sempre andávamos dentro da Lei e com prudência. Além de visitar a família nos finais de semana, tinha um Projeto Social de nome “Capoeirando na Escola”, dava aulas de capoeira e debatia assuntos (violência, alcoolismo, drogas etc) com alunos da rede pública de ensino, crianças entre 06 e 14 anos.

Ulisses Freitas, um exemplo de superação


No dia 22 de agosto de 2008 quando voltávamos para nossas casas, em uma moto, como de costume, aconteceu!  Fomos atropelados por um Sargento (este preso várias vezes por se envolver em brigas devido ao alcoolismo) que nos arremessou 40 metros depois do choque, parando no acostamento da contra mão.
Arquimedes (meu Irmão) com traumatismo já estava inconsciente, eu com várias dores, fraturas, escoriações, e já não sentia minhas pernas, depois foi diagnosticado a lesão na medula onde até hoje estou numa CADEIRA DE RODAS, mesmo assim não perdi a consciência, não perderá a consciência em momento algum. E tive de ouvi o deboche do “Sargento” que ao sair do carro foi a frente e exclamando, bradou: “Porra meu irmão o que você fez com meu carro? você amassou o meu carro!”. Infelizmente no dia 28 de agosto do ano de 2008 Arquimedes faleceu, não suportou os ferimentos, deixando familiares, amigos, esposa e principalmente sua maior alegria sua filha Eulália que só tinha 2 anos.

Ulisses Freitas, que assina no Facebook como Gladiador Cadeirante, teria sua vida mudada após a tragédia. Sem o irmão, ele teria que vencer outra batalha a de viver numa cadeira de rodas:

-No meu primeiro internamento fiquei 4 meses, sendo 22 dias na UTI, passando por 6 cirurgias. Sair do hospital numa cadeira de rodas e cheio de problemas de saúde. No mês de abril de 2009 tive que voltar para o mesmo hospital, desta vez com uma infecção no osso da coluna (osteomelite crônica) e passei por mais 4 cirurgias, agora  por um período maior: mais 7 meses internado, com alta hospitalar só em novembro de 2009.

Superada mais essa batalha, o nosso Gladiador Cadeirante viveria um drama ainda maior: a aceitação de não ter na cadeira de rodas uma parceira inseparável. Mas foi na ausência do irmão que Ulisses encontrou forças pra seguir:

- Apesar da dor da perda do meu Irmão, hoje as coisas estão diferentes, sei, tenho certeza que meu Irmão quer que eu viva, que conquiste o mundo por ele e por todos nós, ele é meu combustível. Sempre fui um esportista, logo percebi que Bebidas alcoólicas (que usava até o ano de 2005) não combinavam com esporte, e assim optei pelo esporte, capoeirista, e nos momentos de lazer amante do futebol. Mas o destino prega peças e com isso, estando numa cadeira de rodas, logo veio: a dor e sofrimento pela perda de uma pessoa amada, a revolta de não poder andar, o ódio da cadeira de rodas, a vontade de não viver (suicídio), a depressão, a prisão sem muros (minha casa), momentos triste, que hoje dou risadas, por sorte passei rapidinho por cada fase infeliz que todos, mas todos mesmo passam, e alguns deficientes físicos ficam presos em alguma fase, agradeço a Deus e depois a meu Irmão por passar por todas essas fases e hoje ser o que sou:  uma pessoa mais feliz do que antes, a cadeira de rodas hoje abriu as portas do mundo, sou muito mais feliz, adoro minhas cadeira de rodas.

Fonte: arquivo pessoal


E ele segue:

- Encontrei forças principalmente em meu Irmão Arquimedes, minha esposa, meu filho, Irmãos na família em geral e nos amigos, e vi no esporte algo a mais a se fazer, novos desafios, limites a serem ultrapassados, o Basquete sobre cadeira de rodas foi o primeiro, hoje jogo pela equipe o CIEP-SE onde representamos o Estado de Sergipe, fui para o atletismo (corrida), mas como todo esporte tem suas dificuldades, no para-esporte as dificuldades são maiores. Não consegui uma cadeira de rodas de corrida, e com essa frustração comprei uma Hand bike - uma bicicleta com propulsão nas mãos - e hoje estou entrando forte no ciclismo (handcycle), onde estou me preparando para a Copa do Brasil em SC e o campeonato brasileiro em Brasília, vejo no esporte individual a chance de ser o primeiro sergipano a ganhar um titulo mundial e participar da paraolimpíadas de 2016, espero que o governo e empresários vejam a oportunidade e me deem chance de treinar e vencer.
Carrego algumas frases do Gladiador que é o lema de nossa família: “O que fazemos na vida, ecoa na eternidade” –Gladiador. E outras, que sempre quando estou competindo fico repetindo e pensando nos familiares , amigos e meu Irmão: “Limites todos nós temos, deficiência esta na cabeça de quem a pensa” - Ulisses Freitas; “Não tenho medo de cair, terei medo de um dia não ter forças de levantar” - Ulisses Freitas

Ulisse Freitas é do Basquete do Ciepe/SE



Postado Por: Anderson Barbosa23:18