sábado, 12 de maio de 2012

Cidadãos Down, mães guerreiras...

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oPor Anderson Barbosa
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“Sou feliz assim do jeito que sou”. Há sete anos, a promotora de Justiça, Ana Galgane, não imaginava ouvir a frase da filha que mais tarde receberia o nome de Alice. A mãe da pequena cidadã relembra que ao descobrir que a filha tinha síndrome de down teve uma reação superada tempos depois: primeiro veio o susto, depois o preconceito e o medo da não aceitação. “É bem verdade que a notícia traz sofrimento, mas a medida que o tempo vai passando a gente vence interiormente o preconceito enraizado na sociedade”, relata à promotora.

Foto: Cidown

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Com a superação, Ana iniciou a etapa de pensar no futuro da pequena Alice. Preocupações de como seria a rotina da garota, os desafios a serem enfrentados na vida adulta eram e ainda são  situações pelas quais luta para Alice crescer com independência e respeito na sociedade, como qualquer cidadão.
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Os olhinhos puxados, a sinceridade diante de algumas fatos não fazem de Alice uma criança diferente. Assim como as outras meninas da idade dela, adora as brincadeiras, seja sozinha ou na companhia de outras crianças. É uma menina alegre, comunicativa e sempre disposta a pousar para uma fotografia – é só chamar que ela faz a pose. Disposição também não lhe falta para partilhar o carinho com àqueles que chegam se aproximam.
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A infância é uma fase de descobertas e muitos aprendizados. Muitos das decisões que Alice tomará no futuro vão ser baseadas nas experiências vivida hoje. Por isso, a mãe faz questão de dar uma educação onde desobediência não tem vez. “Tenho dois filhos que não tem síndrome de down e que  são adultos. Eles foram criados do mesmo jeito que estou criando a Alice, sem superproteção e estabelecendo limites. Ela é uma criança normal como qualquer outra”, justifica Ana Galgane, que também entende que carinho e afeto são necessários a toda e qualquer criança.
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A promotora foi uma das mães que integram a Associação Sergipana dos Cidadãos com Síndrome de Down (Cidown), criada em 1997 e hoje tem cerca de 200 famílias cadastradas. Atualmente a entidade é presidida por outra mãe de um cidadão down, Sheila Christine Santos, segundo a qual nos tempos de hoje aceitar de uma pessoas com esta deficiência é mais fácil que há dez anos. “A gente já consegue chegar numa praça, shopping e praia e ver pais com sues filhos com síndrome. As famílias estão sem medo de mostrar seus filhos. A nossa luta é para quebrar paradigmas e mostrar que elas são capaz , produtivas”, observa.

Sheila e seu filho Heitor/Fonte: Arquivo Pessoal


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o    A Gestação – A espera de um filho vai bem mais além dos nove meses. Para algumas mulheres que têm dificuldade para engravidar só com a ajuda dos métodos de fertilização durante meses e até anos. Mas, independentemente se a gravidez foi por método natural ou in vitro, todas essas mães podem gerar um filho com algum tipo de deficiência, inclusive a down. “Geralmente aquelas mães que tem filho acima de 30, 35, 40 anos têm uma probabilidade maior de ter uma criança com a síndrome de down”, explica o médico Almir Santana.
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A vasta literatura médica explica que os homens produzem espermatozoides até o final da vida, a mulher já nasce com os óvulos que no futuro podem ser fecundados e gerar uma criança. O fato é que, os espermatozoides se renovam e os óvulos envelhecem. Daí ter um aumento na probabilidade dos filhos nascerem com alteração genética e causar deficiências como a down.
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“Nós temos ,nas células, 46 cromossomos. A criança que nasce com a síndrome tem um cromossomo a mais. Esse cromossomo provoca alterações físicas e deixa a criança mais vulnerável a algumas doenças como infecção respiratória, problemas cardíacos, entre outras”, conta o médico.
o    Doutor Almir, como é clamado, lembra que além do auxílio da medicina e fisioterapia as crianças com down conseguem levar uma vida como as outras crianças que não tem deficiência. “O grande problema ainda é o preconceito. Temos que combatê-lo, porque elas são diferentes, mas são normais. Merecem respeito e atenção da sociedade”. reforça Almir Santana.

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