sexta-feira, 8 de junho de 2012

Uma menina e suas garras de leão...

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Por Anderson Barbosa

Foto: arquivo pessoal
 

Quando escolhi o jornalismo como área de atuação profissional tinha certeza que perderia noites para buscar a melhor forma de contar uma história; também imaginava que certamente viveria desafios para superar meus próprios limites e principalmente que não ficaria rico ou seria um pop-estar, como muitas pessoas ainda insistem em enxergar ou esperam de um jornalista.

De todos as situações possíveis de serem imaginadas, só não esperava descobrir que entre uma pauta e outra encontraria pessoas capazes de trazerem ainda mais satisfação naquilo que faço. Falo isso porque em quase sete anos de formado fiz bons e grandes amigos durante a execução do meu trabalho. Outras amizades parecem engatinhar.

Só quebrando a sequência lógica da narrativa, gostaria de registrar também com foi importante não ter acreditado nas palavras de uma prima, logo após ter saído derrotado do vestibular mais concorrido do estado, sem ao menos conseguir a classificação para a próxima fase. Pois bem, se tivesse ouvido àquelas palavras: “você ainda não está preparado para ser jornalista”, dificilmente estaria diante deste computador compartilhando as simples, porém importantes experiências que a cada dia me trazem doses de ânimo.

Agora podemos continuar...

Em pleno século XXI, as mídias sociais – se bem utilizadas - conseguem facilitar a vida de qualquer profissional, independentemente de que área ele seja. Digo isso, para apresentar uma jovem de 17 anos que nas minhas publicações postados no Facebook sempre tecia comentários.  Numa reportagem feita por uma colega de emissora, conheci a história de vida dessa jovem e a matéria despertou em mim o desejo de conhecê-la de perto.

Pra quem me conhece, sabe que sou um cara meio desligado. Sou do tipo que pergunta o nome e um segundo depois tem dúvida se está conversando com Josefina ou Sabrina, isso quando consigo lembrar de algum nome. A memória – fundamental na minha profissão – nem sempre funciona como deveria.

Pois bem, com essa jovem conversava  praticamente todos os dias na tal rede social. Os seus comentários  me ajudavam a escrever mais e mais, seja na rede ou no blog Inclusão Sergipe - o qual mantenho desde 2008. O bobo aqui, mal sabia que em pouco tempo teria a oportunidade de conhecê-la pessoalmente num desses dias corridos de repórter, onde o tempo não é o melhor companheiro para desenvolver qualquer atividade.

A pauta era para mostrar as novidades de uma competição e estava marcada para 15h30 na piscina da mesma universidade onde me formei. Natália Leão, minha personagem, estava 30 minutos atrasada. Eu a esperava...

Para não perder mais tempo, gravei a passagem – que é quando o repórter aparece no vídeo passando algumas informações. Esperei um pouco mais...

Por telefone conversei com a produção na tentativa de localizar a garota e não é que minutos depois lá aparecia Natália com um sorriso no rosto e cheia de sacolas com uma parafernália de coisas: computador, tênis, roupas extras, kit de maquiagem, enfim, muitas coisas que as mulheres adoram carregar para sentiem-se ainda mais belas.

Um boa tarde aqui, uma certificação de horários ali... Só então comecei a pré-entrevista... 


Ah! Antes que me esqueça, Natália Leão é paratleta de natação – registrada no Comitê Paralímpico Brasileiro. Ela também disputa provas no atletismo e há poucos meses iniciou a  aventura no triathlon. A jovem nasceu com as ausências de antebraço e mão esquerdara não a impediram de fazê-la uma vitoriosa também no esporte. 

Quando perguntei sobre a ficha técnica começou a falar tanta coisa que já não sabia o que escrever. Precavida, Natália trouxe umas folhas nas quais estavam o resumo da carreira de atleta iniciada 6 anos antes pelo incentivo do tio, Marcelo Leão, que jogava futebol e sempre mostrou a jovem os bons ensinamentos do esporte.

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Fruto de um namoro entre adolescentes fui criada pela minha avó (Célia Leão)  e pelo meu tio ( Marcelo Leão). Foi ele quem me ensinou boa parte de tudo que  sei; me desafiava sempre e eu amava os desafios, que eram difíceis, mas ia lá e fazia. Até ganhava alguns trocados (risos), mas o que eu amava eram os elogios dele, era o que me motivava! Como Meu tio jogava MUITO, sempre chegava em casa com troféus e medalhas,  eu o idolatrava , achava que Ele era o melhor (risos). Entre nós não existia esse lance de Tio e Sobrinha, às vezes éramos Irmãos, brigávamos bastante, principalmente aos domingos, porque Ele queria assistir Jogo, e eu Gugu (risos). Ele era meu Pai, meu Amigo, meu Tio, meu Irmão, era um Amor Incondicional!

 Perdi meu tio aos 12 anos, em um acidente trágico. Quando chegamos ao local  tinham muitas pessoas em volta. Muito apavorada driblei todos e fui vê o que tinha acontecido com o meu tio. |Quando olhei para o chão vi o corpo, as sandálias dele, depois vi meu pai e a minha avó aos pranto. Só então percebi que tinha falecido. A tristeza bateu, o medo veio com bastante força, pensei logo na minha avó, não sabia o que iria acontecer comigo, não sabia se ela iria aguentar tal sofrimento. Só chorava e pedia a Deus forças para suportar aquela situação. Ele sempre me desafiou então decidir reverter o meu medo  em Força de Vontade!  

Tão jovem e cheia de conquistas...

Nos Jogos da Primavera (competição estadual que serve como seletiva para as Olimpíadas e Paraolimpíadas Escolares), de 2008 a 2011 foi topo no pódio na natação adaptada. No atletismo, em 2008 ficou com 2 medalhas de ouro; em 2009, 2010 e 2011 foram outras seis medalhas de ouro, duas em cada edição. Nas Paraolimpíadas Escolares foi quarta em 2010, e no ano passado das provas que disputou retornou de São Paulo com um segundo lugar, dois terceiros e uma quarta colocações.

Agora, em 2012, disputou os Jogos Escolares Tv Sergipe e ganhou 2 medalhas de ouro na natação-adaptada e 3 no atletismo-adaptado:

- Foi muito bom participar dos Jogos da TV Sergipe, foi uma competição diferenciada, onde atletas e paratletas competiram no mesmo lugar, nas mesmas provas, nos mesmos dias, enfim pude vê que a cada dia o preconceito está sendo extinto, e que a sociedade como um todo está vendo a capacidade das pessoas com deficiência.

As medalhas - que em apenas 6 anos foram conquistadas - chamaram a minha atenção. Eram tantas que não resisti: tirei algumas sequencias de fotos, uma delas postadas na minha página de relacionamentos.



Na pista de atletismo, mais conversa, mais entrevista, mais gravação e outra sessão de fotos. Mesmo acostumado em fazer matérias à pessoas com deficiência, não tive como ignorar a cena da jovem habilidosa também para amarrar os cadarços. Ainda brinquei que não tinha a mesma habilidade. Vaidosa que só, foi dela a ideia de fazer uma imagem calçando a sapatilha e outras mais que surgiram durante a gravação... E lá foi ela pra mais uma demonstração.

Ah! E no dia 19 de maio de 2012, Natália viveu outra experiência, agora na triathlon. Esporte que foi motivada por outro paratleta, Ulisses Freitas -  que também já tive a oportunidade de contar no blog a história do meu encontro com ele:

Nunca passou por minha cabeça participar de um Triathlon, nadar no rio em uma competição, muito menos. Mas meu amigo e também paratleta Ulisses, me incentivou e com a parceria fomos Campeões, conquistando o primeiro lugar em nossa categoria.

O pódio na nova modalidade  teve um preço:

- Fui queimada por águas-vivas no triathlon, tive reação alérgica e vomitei várias vezes após a prova, mas conseguir completar a prova.

Assim como outros atletas, a falta de patrocínio é dificuldade que não a desmotiva. Hoje, com ajuda da Secretária Municipal de Esporte e Laser, de Aracaju, conta com o Bolsa Atleta de Bronze e continua brigando por novas conquistas.

Dias depois da gravação na piscina e na pista de atletismo, tive um segundo encontro com Natália Leão. Foi durante os ensaios da abertura dos Jogos Escolares Tv Sergipe. Qual foi minha surpresa, Natália estava entre outras meninas da mesma faixa etária segurando a tocha olímpica. Ela me contou que conduziria tal artifício para acender a pira olímpica. Mais um sonho por ela realizado:

- No início de maio fui ao treino do vôlei sentado, no Instituto Federal de Sergipe. Chegando lá o professor Osvaldo Mendonça me falou que eu iria participar da abertura dos Jogos Escolares TV Sergipe, representando o para desporto, levando a Tocha! Fiquei bastante emocionada, tentei disfarçar, mas foi inevitável. Os meus olhos brilhavam, o meu riso era involuntário. Sinto-me útil no meu esporte, e espero me doar inteiramente para o que for necessário! Sempre tive esse sonho, sempre!   A abertura foi linda, foi como sempre sonhei.

Dezessete anos e um ideal bem definido:

- Agradeço a Deus por realizar casa um dos meus sonhos e por me dá força e bom animo para prosseguir. Esse ano presto vestibular para Educação Física, muitos me poiam, outros não, mas tenho em mente: Eu quero, Eu posso, Eu consigo ! Tenho um grande sonho como profissional de Educação Física, sonho de ajudar o Cento Integrado de Esporte Paratleta (CIEP) a crescer cada vez mais, pois foi através desse clube que aprendi valores, conheci pessoas incríveis, e evolui como cidadã e atleta.  
Sempre podemos ir além ... Muitas vezes a limitação está dentro da nossa cabeça! Nem por um segundo ouse desistir de tudo que você sonhou para você, lute!

No ano passado, Natália foi homenageado pelo Conselho Estadual das Pessoas com Deficiência com o troféu Pipiri, mas é o apoio e o exemplo de vida do amigo Diel, coordenador do CIEP, que fazem a jovem continuar na luta:

- Diel, grande homem, meu pai no esporte, exemplo de determinação , de luta, luta pelas  causas dos deficientes com todas as suas forças. Um cara centrado, com o qual  aprendi muito com as suas palavras, lutas pelo CIEP e por cada um dos deficientes que ali se encontram. Enfim, a sua determinação, a sua força de vontade  me dão mais vontade ainda  de lutar pelo CIEP, e  futuramente pretendo me formar e treinar o núcleo de natação do CIEP.



São histórias como a da sergipana Natália Leão que me fazem acreditar que limites não são impostos pela vida, mas pelo medo de falhar, de revelar à sociedade  o quanto somos frágeis... Porém, quando decidimos encará-los, os resultados muitas vezes acabam nos surpreendendo.
 

Postado Por: Anderson Barbosa21:59

segunda-feira, 4 de junho de 2012

A dica da semana é o livro “Mano Down”

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Foto: Divulgação

Lançado em setembro do ano passado, o livro “Mano Down: Relatos de um irmão apaixonado” trás uma
história de amor entre dois irmãos especiais: Eduardo (Du) e Leonardo Gontijo. O primeiro portador da
Síndrome de Down, o segundo o narrador que nos envolve nessa bela declaração de amor e amizade.

O livro, publicado pela Editora São Jerônimo, descreve as etapas da vida do Du, o relacionamento com os pais,
irmãos, familiares, professores e amigos. O autor também apresenta ao leitor alguns dados e informações
a respeito da Síndrome de Down, que vêm intercalados aos diversos relatos.

Outro ponto alto da obra é o seu caráter colaborativo. O Autor fez questão de envolver várias pessoas, que fazem parte desta história, na composição do livro através de cartas e depoimentos. Segundo Leonardo “o intuito deste livro não é ensinar caminhos, orientar pessoas e, muito menos, transmitir conhecimentos. A intenção é tão somente partilhar experiências, colocar para fora tudo o que sinto e, antes de tudo, mostrar meu amor pelo Eduardo. E enfim, divulgar a alegria e a riqueza que é conviver com um irmão Down”.

Mais informações:
http://manodown.editorasaojeronimo.com.br
Leonardo Gontijo

Postado Por: Anderson Barbosa09:10

domingo, 3 de junho de 2012

Romeu Sassaki defende vida inclusiva e independente

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De Aracaju, Anderson Barbosa
O segundo dia do I Congresso e V Encontro Sergipano sobre Síndrome de Down começou com a palestra magna do assistente social, consultor em educação inclusiva e ativista social, Romeu Kazumi Sassaki. Com 52 anos de atuação na área social, compartilhou as experiências e ajudou a entender melhor alguns pontos referentes ao tema – “Conquista Inclusiva: Vida Independente”.
Para o consultor, as pessoas com deficiência precisam lutar, juntamente com os familiares,  para exigirem o respeito a estes cidadãos que podem deixar suas marcas em diversos setores da sociedade, calando o preconceito que ao longo das décadas foram reproduzidos  e só contribuíram para aumentar as distância entre o real e àquilo que as pessoas querem enxergar.

Fonte: http://www.clmais.com.br/

“As nossas leis não são perfeitas, mesmo assim precisamos usar o melhor que elas têm a oferecer. Passemos pelos erros, tentemos consertá-los. Temos o direito de usá-las e a sociedade de respeitá-las”, reafirmou Sassaki, respaldado na lei 7.853, de 24 de outubro de 1989 que “constitui crime punível com reclusão de um a 4 anos de prisão, e multa” por “recusar, suspender, cancelar ou fazer cessar, a inscrição de aluno em estabelecimentos de ensino de qualquer curso ou grau”.
Em março deste ano, utilizando esta e outras leis, inclusive a Constituição Brasileira, o  juiz da Vara da Infância e da Juventude, de Itabira/MG, Pedro Câmara Raposo Lopes, concedeu liminar para que a criança GSFS, 7 anos, com histórico de transtorno do espectro de autismo, frequentasse as aulas de uma escola sem o pagamento do valor adicional exigido pela direção da escola no valor de  R$ 7.635,87.
Respeito à individualidade: Fazendo uso da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que é a Resolução da ONU número A/61/106 de 13 de dezembro de 2006, lembrou da classificação das deficiências ressaltando que em cada uma existem as sub-deficiências (níveis ou graus, por exemplo da surdez que pode ser moderada, leve, etc...). “O importante é reconhecer a diversidade. Você pode colocar dez pessoas com síndrome de down e verá que existe uma singularidade em cada uma”, reforçou.
Romeu observou ainda a existência da Deficiência Psicossocial, pouco conhecida e compreendida  pelas pessoas, muitas vezes confundida com a deficiência intelectual. Explicou ainda, que também é necessário compreender que pessoas com deficiência é aquela que tem um impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual e sensoriais.  

Postado Por: Anderson Barbosa00:17

sábado, 2 de junho de 2012

Claudia Werneck participa de conferência sobre síndrome de down em Sergipe

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De Aracaju, Anderson Barbosa

Na capital do menor estado do país a discussão é de importância mundial: a inclusão do cidadão com down. A jornalista, ativista social e escritora Cláudia Werneck, da ONG Escola de Gente, conversou com mais de 500 pessoas que lotaram o auditório do Centro de Convenções de Sergipe, em Aracaju, na abetura da I Conferência e V Encontro Sergipano sobre Síndrome de Down.

O evento promovido pela Associação Sergipana de Cidadãos com Síndrome de Down (Cidown) reuúniu nos dias 1 e 2 de junho pessoas com deficiência, familiares e profissionais de diversas áreas de atuação dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco.  O grupo – liderado pela jornalista – trabalhou a temática: “Reconstruindo Paradigmas – Síndrome do Preconceito: É Hora de Tratar a Sua”.



Fonte: Site http://www.premioclaudia.abril.com.br/


Na palestra sobre “Sociedade Inclusiva”,  a jornalista destacou o trabalho que realiza há 10 anos com a ONG Escola de Gente, a qual já mobilizou 400 mil pessoas em 16 paises A preocupação é capacitar  jornalistas e  jovens por meio de oficinas onde as matérias porduzidas pela mídia são análisadas. Nos encontros estudam os temas,  a forma de cobertura e a qualidade do material levado à população.
 
"As pessoas com síndrome vão sempre existir. Entretanto, a observamos como detalhe"

No tocante aos Direito Humanos ela ressalta a necessidade de dar atenção à comunicação. "Não adianta fazer políticas públicas sem ampliar a oferta de acessibilidade na comunicação. Vou dar a uma criança cega um livro impresso? Não, porque estarei punindo essas pessoas outra vez", diz.

Werneck também destaca que para se ter uma sociedade verdadeiramente inclusiva é preciso, antes de mais nada, focar os olhos na realidade. ‎"As pessoas com síndrome vão existir sempre. Entretanto, as observamos como detalhe", completa.


Postado Por: Anderson Barbosa04:06

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Encontro sergipano de Síndrome de Down começa hoje

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'Reconstruindo paradigmas. Síndrome do preconceito: é hora de tratar a sua'. Esse será o tema do I Congresso e V Encontro Sergipano sobre Síndrome de Down, nos dias 1º e 2 de junho, no Centro de Convenções de Sergipe. O evento, realizado pela Associação Sergipana dos Cidadãos com Síndrome de Down (CIDOWN), terá como público-alvo pais, familiares e indivíduos com a síndrome, e estudantes, profissionais e acadêmicos das áreas de Saúde, Educação e Direito.

Durante os dois dias do evento serão realizadas palestras, oficinas, apresentações artísticas, sessões de perguntas e respostas e mesas redondas sobre o assunto. Temas como sociedade inclusiva, relações interpessoais, educação, vida independente, infantilização e sexualidade serão abordados. “ Queremos promover, principalmente, uma reflexão sobre como vivem os indivíduos com Síndrome de Down em Sergipe”, diz Sheila Christine, presidente da CIDOWN. Será destacada, também, a importância do conhecimento para enfrentar o preconceito.

Conferencistas farão apresentações detalhadas para os participantes. Estão confirmadas as presenças de Claúdia Werneck, Romeu Kazumi Sassaki, Vinícius e Carina Streda, Lenir Santos e Byron Ramos, todos especialistas ou com experiência em Síndrome de Down. As inscrições são limitadas e podem ser feitas através do endereço eletrônico www.cidown.com.br ou através do e-mail comercial@octeventos.com. Maiores informações no telefone 3243 0537.

Postado Por: Anderson Barbosa01:00

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Judoca com deficiência visual é bronze no Grand Prix

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O atleta deficiente visual Enaldo Boaventura, 26 anos, ganhou medalha de bronze no Grand Prix Infraero de Judô, realizado neste último  final de semana em São Paulo. “Mesmo sem ser campeão, analiso que correspondi 100 % às expectativas porque disputei com atletas em nível de Seleção Brasileira”, disse o judoca.
Segundo Boaventura, a última luta e a que garantiu o terceiro lugar na competição, foi com paulista que já fez parte da seleção nacional. “É  a prova que o judô sergipano está em expansão. Para mim é uma grande honra trazer essa medalha para Aracaju”, explicou, enfatizando que encarou um frio de oito graus na hora da luta.

“Este ano, ainda irei disputar sete torneios aqui no estado. Essas competições servirão de preparação para a II Etapa do Grand Prix, que vai acontecer em novembro. Além disso, em julho, passarei um mês aprimorando a parte técnica no centro de treinamento na cidade de Bastos-SP. Hoje, São Paulo é o grande centro do Judô brasileiro”, destacou o atleta que é patrocinado pela Prefeitura de Aracaju.

Treinamentos planejados: Enaldo é um atleta disciplinado e que treina bastante e tem como sonho ingressar na Seleção Brasileira Paraolímpica. “Treino de segunda a sexta nos dois períodos. Às vezes, até aos finais de semana, estou na ativa-risos. Tudo é feito de forma bem planejada. Os treinamentos realizados no tatame, na sala de musculação e nas corridas na praia”, salientou.
 Títulos e conquistas
Várias vezes campeão sergipano, o superatleta já conseguiu a terceira colocação na seletiva para o mundial de 2009 e o quarto lugar na classificação geral para a disputa dos jogos paraolímpicos. Apesar das boas colocações nas seletivas, infelizmente não conseguiu se classificar para a disputa das duas competições. Ainda em 2009, terminou na quinta colocação no ranking brasileiro na categoria para deficientes. Neste último final de semana, Enaldo ganhou a medalha de bronze no Grand Prix de Judô, em São Paulo.

(Fonte: PMA/SEMEL) 

Postado Por: Anderson Barbosa00:04

quinta-feira, 17 de maio de 2012

I Festival Sergipano de GoalBall

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Os interessados  poderão participar  das aulas de goalball até o dia do festival das 9h30 às 11h30.        
Levar Material – Joelheira , Cotoveleira e venda. Material obrigatório -  Venda  ou pano preto. As aulas vão ser direcionadas a videntes e pessoas com defiociência visual.

Local: SESC – Charles Moritz
Data: 18/05/2012
Horário: 8 ás 12hrs.
Público Alvo: Estudantes e Profissionais de Educação Física
Inscrição: 5 reais
Charles Moritz – Segunda e sexta . 9:30 às 12h ou no dia do evento.
                  Informação: Charles_enio@hotmail.com  / 9926-5411/ 8837-9782

Realização:
ASSOCIAÇÃO DOS DEFICIENTES VISUAIS DE SERGIPE


Apoio:SESC

Postado Por: Anderson Barbosa15:33

sábado, 12 de maio de 2012

Cidadãos Down, mães guerreiras...

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oPor Anderson Barbosa
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“Sou feliz assim do jeito que sou”. Há sete anos, a promotora de Justiça, Ana Galgane, não imaginava ouvir a frase da filha que mais tarde receberia o nome de Alice. A mãe da pequena cidadã relembra que ao descobrir que a filha tinha síndrome de down teve uma reação superada tempos depois: primeiro veio o susto, depois o preconceito e o medo da não aceitação. “É bem verdade que a notícia traz sofrimento, mas a medida que o tempo vai passando a gente vence interiormente o preconceito enraizado na sociedade”, relata à promotora.

Foto: Cidown

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Com a superação, Ana iniciou a etapa de pensar no futuro da pequena Alice. Preocupações de como seria a rotina da garota, os desafios a serem enfrentados na vida adulta eram e ainda são  situações pelas quais luta para Alice crescer com independência e respeito na sociedade, como qualquer cidadão.
o   
Os olhinhos puxados, a sinceridade diante de algumas fatos não fazem de Alice uma criança diferente. Assim como as outras meninas da idade dela, adora as brincadeiras, seja sozinha ou na companhia de outras crianças. É uma menina alegre, comunicativa e sempre disposta a pousar para uma fotografia – é só chamar que ela faz a pose. Disposição também não lhe falta para partilhar o carinho com àqueles que chegam se aproximam.
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A infância é uma fase de descobertas e muitos aprendizados. Muitos das decisões que Alice tomará no futuro vão ser baseadas nas experiências vivida hoje. Por isso, a mãe faz questão de dar uma educação onde desobediência não tem vez. “Tenho dois filhos que não tem síndrome de down e que  são adultos. Eles foram criados do mesmo jeito que estou criando a Alice, sem superproteção e estabelecendo limites. Ela é uma criança normal como qualquer outra”, justifica Ana Galgane, que também entende que carinho e afeto são necessários a toda e qualquer criança.
o   
A promotora foi uma das mães que integram a Associação Sergipana dos Cidadãos com Síndrome de Down (Cidown), criada em 1997 e hoje tem cerca de 200 famílias cadastradas. Atualmente a entidade é presidida por outra mãe de um cidadão down, Sheila Christine Santos, segundo a qual nos tempos de hoje aceitar de uma pessoas com esta deficiência é mais fácil que há dez anos. “A gente já consegue chegar numa praça, shopping e praia e ver pais com sues filhos com síndrome. As famílias estão sem medo de mostrar seus filhos. A nossa luta é para quebrar paradigmas e mostrar que elas são capaz , produtivas”, observa.

Sheila e seu filho Heitor/Fonte: Arquivo Pessoal


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o    A Gestação – A espera de um filho vai bem mais além dos nove meses. Para algumas mulheres que têm dificuldade para engravidar só com a ajuda dos métodos de fertilização durante meses e até anos. Mas, independentemente se a gravidez foi por método natural ou in vitro, todas essas mães podem gerar um filho com algum tipo de deficiência, inclusive a down. “Geralmente aquelas mães que tem filho acima de 30, 35, 40 anos têm uma probabilidade maior de ter uma criança com a síndrome de down”, explica o médico Almir Santana.
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A vasta literatura médica explica que os homens produzem espermatozoides até o final da vida, a mulher já nasce com os óvulos que no futuro podem ser fecundados e gerar uma criança. O fato é que, os espermatozoides se renovam e os óvulos envelhecem. Daí ter um aumento na probabilidade dos filhos nascerem com alteração genética e causar deficiências como a down.
o   
“Nós temos ,nas células, 46 cromossomos. A criança que nasce com a síndrome tem um cromossomo a mais. Esse cromossomo provoca alterações físicas e deixa a criança mais vulnerável a algumas doenças como infecção respiratória, problemas cardíacos, entre outras”, conta o médico.
o    Doutor Almir, como é clamado, lembra que além do auxílio da medicina e fisioterapia as crianças com down conseguem levar uma vida como as outras crianças que não tem deficiência. “O grande problema ainda é o preconceito. Temos que combatê-lo, porque elas são diferentes, mas são normais. Merecem respeito e atenção da sociedade”. reforça Almir Santana.

Postado Por: Anderson Barbosa18:31

quinta-feira, 22 de março de 2012

Cidown faz palestra sobre "Inclusão: sonho ou realidade?"

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NOTA
 
A CIDOWN – Associação Sergipana dos Cidadãos com Síndrome de Down, dando continuidade aos trabalhos do ano de 2012, ainda em comemoração ao Dia Internacional da Síndrome de Down - 21 de março, promoverá a palestra “INCLUSÃO: SONHO OU REALIDADE?”, a ser proferida pela Pedagoga, Psicopedagoga, Especialista em Educação Especial, LIDIERI BARROS, que acontecerá em 29 de março, às 19:30 horas, no auditório da MULTSERV, localizado na Rua Frei Paulo, 191, Bairro São José.


Atenciosamente,

Sheila Christine Santos Fernandes de Souza
Presidente


CIDOWN - Cidadão Down. Associação Sergipana dos Cidadãos com Síndrome de Down

  www.cidown.com.br
  atendimento@cidown.com.br
  http://www.facebook.com/cidown
  

Postado Por: Anderson Barbosa08:37

quarta-feira, 21 de março de 2012

Aracaju celebra Dia Internacional da Síndrome de Down

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Foto: site da Cidown

Por Anderson Barbosa, com informações da CIDOWN

Vinte e um de março é o Dia Internacional da Síndrome de Down e em todo o mundo a data é lembrada com diversos eventos. Em Aracaju não é diferente, hoje (21), a CIDOWN - Cidadão Down - Associação Sergipana dos Cidadãos com Síndrome de Down – realiza uma caminhada no centro da cidade que vai reunir pessoas com deficiência, organizações não-governamentais e dezenas de pais.
Segundo a presidência do Cidown, Sheila Christine Santos Fernandes de Souza , “o  objetivo do dia é disseminar informações sobre a síndrome de Down e conscientizar a população sobre a importância da promoção do direito inerente às pessoas com síndrome de Down de desfrutar uma vida plena e digna, como membros ativos e valorizados em suas comunidades e na sociedade”.
A caminhada tem como tema “VIVENDO NOSSO PRESENTE. CONSTRUINDO NOSSO FUTURO”  e concentração ocorre a partir da 15h, com saída às 16h da Praça Olímpio Campos, em frente à Catedral Metropolitana, seguindo pela Rua Itabaianinha até a Rua São Cristóvão, dobrando no Calçadão da João Pessoa até a Praça Fausto Cardoso, na frente do Palácio Olímpio Campos. A Cidown vai vender durante o evento camisetas com a estampa abaixo ao preço de R$15,00.


Foto: site da Cidown

 
ONU (informações abaixo do site http://www.inclusive.org.br/): 


O primeiro Dia Internacional da Síndrome de Down oficial será celebrado na sede da ONU em NY, em 21 de março de 2012 (21/03), com a Conferência “Construindo o nosso futuro”.
Educação inclusiva, participação política, vida independente e pesquisas científicas são alguns dos tópicos que serão discutidos por auto-defensores, além de especialistas na síndrome, representando todos os continentes.
O Brasil estará fortemente representado por jovens da Associação Carpe Diem de São Paulo, que foram convidados para lançar o livro de sua autoria “Mude o seu falar que eu mudo o meu ouvir”, um guia de acessibilidade na comunicação para pessoas com deficiência intelectual. A publicação é a primeira no gênero de que se tem notícia no mundo e terá versões em português e inglês. As ações pela promoção da inclusão em parceria com a mídia do Instituto MetaSocial, da campanha Ser Diferente é Normal, em comerciais e novelas, entre outras, e as comemorações do Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado no Brasil desde que foi lançado em 2006, também terão destaque. Tathiana Heiderich, repórter do programa Ser Diferente contará sua experiência na TV.
O evento é gratuito e patrocinado pelas Missões do Brasil e da Polônia junto à ONU e organizado pela Down Syndrome International, Secretariado da ONU para a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e UNICEF, com a colaboração da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD), Down España, Down Syndrome Research and Treatment Foundation (DSRTF), National Down Syndrome Center (NDSC),  National Down Syndrome Society (NDSS) e Special Olympics.
O evento será transmitido ao vivo no website da ONU: http://www.unmultimedia.org/tv/webcast/index.html
Sobre o Dia Internacional da Síndrome de Down
O Dia Internacional da Síndrome de Down foi criado pela Down Syndrome International e é comemorado desde 2006. A data escolhida foi 21 de março (21 / 3) para representar a singularidade da triplicação (trissomia) do cromossomo 21 que causa esta ocorrência genética.
O objetivo do dia é disseminar informações sobre a síndrome de Down e  conscientizar a população sobre a importância da promoção do direito inerente às pessoas com síndrome de Down de desfrutar uma vida plena e digna, como membros  ativos e valorizados em suas comunidades e na sociedade.
Uma resolução para designar 21 de março como “Dia Internacional da Síndrome de Down”, a ser observado a cada ano a partir de 2012, foi aprovada por consenso pela Assembléia Geral da ONU em Dezembro de 2011. A resolução foi proposta e promovida pelo Brasil, e co-patrocinada por 78 Estados membros da ONU.

Postado Por: Anderson Barbosa11:40

terça-feira, 13 de março de 2012

Rogério Minotouro visita Amo, em Aracaju

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Rogério Minotouro visita sede da AMO.
 


Na última segunda-feira, 12, a Associação dos Amigos da Oncologia – AMO -, recebeu a visita ilustre de Rogério Minotouro, lutador brasileiro de artes marciais mistas e que brilha no cenário do UFC mundial. O atleta esteve em Aracaju, onde participou no domingo, 11, do Seminário Solidário de MMA, em que a AMO foi beneficiada com as doações arrecadadas no ato da inscrição do evento.
Minotouro visitou a instituição e foi recebido com carinho e tietagem pela diretoria, voluntários, assistidos e funcionários. Na oportunidade, o atleta enalteceu o trabalho da AMO e através de palavras de incentivo, falou aos assistidos sobre as dificuldades que são travadas por todos. Mas, que é preciso acima de tudo, força, fé e luta para conseguir vencer todas as batalhas. A partir dessa visita, a Associação dos Amigos da Oncologia, conta com o apoio do padrinho Rogério Minotouro, que através do esporte vai unir forças em prol da instituição. A visita foi acompanhada pelo treinador do atleta, o americano Erick Albarracin, do professor Adriano Ulisses, Charles Nardelli e do voluntário Luciano Silva.

Minotouro ao lado segura uma criança assistida pela AMO.


AMO - A Associação dos Amigos da Oncologia é uma instituição não governamental, sem fins lucrativos, que presta assistência a portadores de câncer de todas as idades. O trabalho da AMO beneficia pessoas provenientes de Aracaju, interior do estado, Alagoas e Bahia. Hoje, a AMO possui em seu cadastro mais de mil e oitocentos assistidos, sendo que, setecentos e setenta e nove estão recebendo atendimento. A cada mês, cerca de vinte novos cadastros são realizados. Para manter a estrutura assistencial, pagamento de funcionários e encargos, e a manutenção da unidade,  a instituição conta com as doações recebidas através do serviço de telemarketing e carnês. 
Além da assistência ao tratamento, a AMO fornece aos assistidos e familiares, cestas básicas, remédios, transporte, refeições, material de higiene, fraldas descartáveis, alojamento durante o tratamento, assistência social, psicológica e odontológica, entre outros.
A Associação dos Amigos da Oncologia está localizada a Rua Permínio de Souza, 270, em um prédio construído através do Projeto Mãos Amigas, da TV Sergipe, do qual a instituição participou em 2009.

Texto: Lotti+Caldas Comunicação
 
Crédito das Fotos: André Major

Postado Por: Anderson Barbosa11:58

sexta-feira, 9 de março de 2012

Miss Brasil faz show beneficente para o Lar de Zizi

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Mais uma vez em Aracaju, Silvanira Francisca, ex-interna, do Lar de Zizi atualmente residente e domiciliada em Barcelona (Espanha) estará em nossa cidade no Teatro Atheneu apresentando um espetáculo digno de nota, em um show beneficente para atender as necessidades desta instituição que a abrigou durante a sua infância.
 
No ano de 2006, Silvanira lançou no Brasil, a 1ª edição do seu livro em Português, “Lar de Zizi - Um pedacinho do céu na terra, abençoado por Deus”. Em 2007 lançou a 1ª edição em Espanhol, “Hogar de Zizi – Un pedacito del cielo en la tierra , bendecido por Dios. Ambos com peça teatral, tanto em espanhol como em português.
 
No exterior, por onde anda exercendo suas profissões de estética, coreógrafa e modelo (agência People), atuando em Barcelona como artista na área de TV ( Toni Rovira y tu, canal 25 de televisão, Barcelona) vem divulgando a casa que lhe abrigou e várias cidades sergipanas. Durante o evento, Silvanira apresentará o show com os artistas voluntários: Banda Ideário, Na mesa de samba, Clau Andries – cantora baiana.
 


O espetáculo será no dia 10 de março (sábado) às 20h no Teatro Atheneu com ingressos a venda no próprio teatro ao preço de R$ 50,00 inteira e R$ 25,00 meia. "O Lar de Zizi agradece a todos que se sensibilizarem com a causa do menor carente e ao mesmo tempo a alegria de sentir a sensação de um espetáculo de alto nível".
 
 
 
Fonte: Assessoria de Comunicação

Postado Por: Anderson Barbosa12:08

Defensores Públicos discutem política de desinternação e transtornos mentais

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O defensor público e integrante do Núcleo de Execuções Penais da Defensoria Pública do Estado de Sergipe, Anderson Amorim Minas, representou a instituição na primeira reunião ordinária do ano da Comissão de Execução Penal do Conselho Nacional de Defensores Públicos Gerais (Condege), realizada na cidade de Vitória, Estado do Espírito Santo.

Durante a reunião, defensores públicos de 14 estados do país participaram da discussão das questões de progressão de regime, uniformização de procedimentos em execução penal, reativação da Força Nacional de Execução Penal, tratamento e desinternação progressiva dos portadores de transtornos mentais que cumprem medida de segurança, além da troca de experiência sobre livramento condicional, entre outras pautas.

Para Anderson Amorim, as reuniões da comissão tornam-se cada vez mais importantes, uma vez que denotam o debate de questões polêmicas e propiciam a troca de informações para as Defensorias Públicas de todo país. “As experiências de cada Defensoria que tangenciam as ações políticas, institucionais e técnicas são expostas e debatidas com o objetivo de aprimorar e qualificar ainda mais os serviços prestados pelas instituições nos estados”, afirmou.

O presidente da Comissão de Execução Penal do Condege, defensor público José Adaumir Arruda da Silva (DPPA), mencionou a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no sentido de que a prática de falta grave não pode interromper o prazo para a concessão de novos benefícios, incluindo a progressão de regime.

Anderson Amorim lembrou que o STF e a 5ª Turma do STJ entendem que, com exceção do Livramento Condicional e da Comutação, a prática da falta grave implica reinício da contagem de prazo para a concessão de benefícios relativos à execução da pena, inclusive a progressão de regime.

“A contagem do novo período aquisitivo deverá iniciar na data do cometimento da última falta grave, a incidir sobre o remanescente da pena e não sobre a sua totalidade. Por outro lado, a 6ª Turma do STJ, em divergência, a partir do julgamento do HC nº 123.451/RS, firmou entendimento de que o cometimento da falta grave somente dá azo à regressão de regime prisional e à perda dos dias remidos, com esteio no que preceituam, respectivamente, os artigos 118 e 127 da LEP. Mas, por ausência de previsão legal, na hipótese da prática de falta grave, inexistirá interrupção do lapso necessário para a obtenção de benefícios da execução penal, a exemplo da progressão de regime e do Livramento Condicional”, mencionou o defensor público.

O tema bastante discutido foi sobre a política de desinternação das pessoas acometidas de transtornos doentes mentais e que cumprem medida de segurança. Segundo Anderson Amorim, o Ministério da Saúde lançou o Programa ‘De Volta para Casa’, que tem por objetivo a inserção social de pessoas acometidas de transtornos mentais, incentivando a organização de uma rede ampla e diversificada de recursos assistenciais e de cuidados.

“O programa dispõe sobre a regulamentação do auxílio-reabilitação psicossocial, instituído pela Lei 10.708/2003, para assistência, acompanhamento e integração social, fora da unidade hospitalar, daquelas pessoas que possuem história de longa internação psiquiátrica, e que este programa atende ao disposto na Lei 10.216, de 06/04/2001, a denominada Lei antimanicomia”, explicou.


Fonte: ASCOM/Defensoria Pública do Estado

Postado Por: Anderson Barbosa11:55

quinta-feira, 1 de março de 2012

Um encontro com o Gladiador Cadeirante...

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Por Anderson Barbosa

Eram pouco mais de cinco anos de emissora e ainda sentia o coração bater forte toda vez que entrava ao vivo em um dos telejornais da casa. Era como se fosse a primeira vez... Dezenas de ensaios, texto repassado, marcação feita com direção de tv, mas na hora que o apresentador me chamava era sempre a mesma emoção.
Os mais experientes dizem que o frio na barriga e a taquicardia são o termômetro do  grau de prazer pela atividade que desempenhamos. Se as emoções desaparecem, já não estamos fazendo com a mesma empolgação de antes.  E mais: O medo de errar – não exagerado – serve para aprimorar nosso trabalho e buscar fazê-lo cada vez melhor.
Em dezembro de 2011, tive a primeira experiência de fazer um ao vivo dentro de um estúdio. Na verdade era um dia de estréia para uma turma no programa Viva Esporte (Tv Sergipe): Ana Fontes (repórter  – com anos de bagagem na reportagem geral - faria as entradas ao vivo no esporte – área que ela não domina); Tâmara Oliveira (repórter – que iria apresentar o programa cobrindo as férias da apresentadora Lanne Pacheco); Thiago Barbosa (editor de texto, o qual faria sua estréia  como editor-chefe); e eu (repórter da geral, mas que sempre estava a disposição do esporte) farias as intervenções na entrevista e seria o responsável por fazer as perguntas enviadas pela internet pelos telespectadores, no lugar de Marcelo Carvalho – também em férias.
Como quase tudo em jornalismo é na base do improviso, só fui comunicado pela chefia de redação da estréia no estúdio um dia antes, sob a justificativa que seria a “melhor” pessoa para contribuir na entrevista que abordaria um assunto relacionado a pessoa com deficiência, em comemoração ao dia 3 de dezembro.
Confesso que estúdio nunca me empolgou, mas senti uma certa satisfação.  Porém, estar nas ruas ouvindo pessoas além de ser mais prazeroso torna-me mais  eficiente no trabalho. Acredito que lugar de repórter é na rua, é onde tudo acontece, histórias surgem, temos um contato mais próximo com as pessoas, o retorno do nosso trabalho, as críticas que nos chegam e ajudam no crescimento profissional. Isso sem falar nas amizades que entre uma pauta e outra acabam surgindo. Muitas vezes ouvimos coisas do tipo: “você é mais feio pessoalmente” ou “vigi como ele é magro”, mas isso é um mero detalhe ( Atire a primeira pedra jornalista de tv  que nunca viveu situação semelhante? Se bem que muitos já deve ter ouvido: “vc é mais bonito pessoalmente”, já ouvi também, mas em menor escala... rss).
Voltando ao dia de estréia no estúdio ao vivo, as horas que antecederam o programa foram de muita ansiedade, nervosismo, medo de errar. Por alguns instantes, o incentivo de colegas mais experientes trazia uma certa tranquilidade, só que era momentânea, e logo vinha a sudorese, a fala rápida, a taquicardia. Tâmara Oliveira estava mais preparada. Dias antes tinha feito piloto (gravação para simular o programa, uma espécie de ensaio), acompanhou a edição das matérias e estava com uma lista de perguntas - para em caso de esquecimento – serem utilizadas pela dupla. Mas tanto ela, quanto eu era só orações feitas entre a redação, camarim, sala de espera dos entrevistados e o estúdio. A turma do estúdio era só incentivo, colocando só força e fé. Eles estavam mais confiantes que nós (rss).
Quem me conhece sabe o quanto a ansiedade me atrapalha. Quando penso que está tudo tranquilo, lá vem a bendita para causar seus estragos. O bom é que tenho contornado (eu acho rss). Trinta minutos antes do programa entra no ar, já vestido a caráter e maquiado, foi conhecer os entrevistados: Maria Gilda (cadeirante, atleta de vários modalidades esportivas) e Ulisses Freitas (cadeirante, também atleta de várias modalidades).



Fonte: arquivo pessoal

Na pré-entrevista a conversa fluiu (e se repetiria depois no estúdio)... Senti mais confiança e percebi que o tempo reservado para a entrevista de estúdio seria pequeno para tanto assunto e histórias a seres mostrados ao telespectador. Mais uma vez, na minha jornada como jornalista, tive a oportunidade de conhecer um exemplo de superação, Ulisses Freitas. História que compartilho nas próximas linhas contadas em primeira pessoa:

-Tenho 32 anos, casado, pai de um filho de 8 anos, sempre fui apaixonado por esportes, jogava futebol e capoeira, antes de adquiri a lesão medular e ficando paraplégico, sou o filho mais velho de seis Irmãos homens, de família humilde, mas com muito caráter.
No ano de 2008 eu (Ulisses Freitas) e meu Irmão (Arquimedes) entramos para a Polícia Militar do Estado da Bahia e fomos para cidade de Paulo Afonso no 20º Batalhão. Nos finais de semana voltávamos para nossas casas. Sempre andávamos dentro da Lei e com prudência. Além de visitar a família nos finais de semana, tinha um Projeto Social de nome “Capoeirando na Escola”, dava aulas de capoeira e debatia assuntos (violência, alcoolismo, drogas etc) com alunos da rede pública de ensino, crianças entre 06 e 14 anos.

Ulisses Freitas, um exemplo de superação


No dia 22 de agosto de 2008 quando voltávamos para nossas casas, em uma moto, como de costume, aconteceu!  Fomos atropelados por um Sargento (este preso várias vezes por se envolver em brigas devido ao alcoolismo) que nos arremessou 40 metros depois do choque, parando no acostamento da contra mão.
Arquimedes (meu Irmão) com traumatismo já estava inconsciente, eu com várias dores, fraturas, escoriações, e já não sentia minhas pernas, depois foi diagnosticado a lesão na medula onde até hoje estou numa CADEIRA DE RODAS, mesmo assim não perdi a consciência, não perderá a consciência em momento algum. E tive de ouvi o deboche do “Sargento” que ao sair do carro foi a frente e exclamando, bradou: “Porra meu irmão o que você fez com meu carro? você amassou o meu carro!”. Infelizmente no dia 28 de agosto do ano de 2008 Arquimedes faleceu, não suportou os ferimentos, deixando familiares, amigos, esposa e principalmente sua maior alegria sua filha Eulália que só tinha 2 anos.

Ulisses Freitas, que assina no Facebook como Gladiador Cadeirante, teria sua vida mudada após a tragédia. Sem o irmão, ele teria que vencer outra batalha a de viver numa cadeira de rodas:

-No meu primeiro internamento fiquei 4 meses, sendo 22 dias na UTI, passando por 6 cirurgias. Sair do hospital numa cadeira de rodas e cheio de problemas de saúde. No mês de abril de 2009 tive que voltar para o mesmo hospital, desta vez com uma infecção no osso da coluna (osteomelite crônica) e passei por mais 4 cirurgias, agora  por um período maior: mais 7 meses internado, com alta hospitalar só em novembro de 2009.

Superada mais essa batalha, o nosso Gladiador Cadeirante viveria um drama ainda maior: a aceitação de não ter na cadeira de rodas uma parceira inseparável. Mas foi na ausência do irmão que Ulisses encontrou forças pra seguir:

- Apesar da dor da perda do meu Irmão, hoje as coisas estão diferentes, sei, tenho certeza que meu Irmão quer que eu viva, que conquiste o mundo por ele e por todos nós, ele é meu combustível. Sempre fui um esportista, logo percebi que Bebidas alcoólicas (que usava até o ano de 2005) não combinavam com esporte, e assim optei pelo esporte, capoeirista, e nos momentos de lazer amante do futebol. Mas o destino prega peças e com isso, estando numa cadeira de rodas, logo veio: a dor e sofrimento pela perda de uma pessoa amada, a revolta de não poder andar, o ódio da cadeira de rodas, a vontade de não viver (suicídio), a depressão, a prisão sem muros (minha casa), momentos triste, que hoje dou risadas, por sorte passei rapidinho por cada fase infeliz que todos, mas todos mesmo passam, e alguns deficientes físicos ficam presos em alguma fase, agradeço a Deus e depois a meu Irmão por passar por todas essas fases e hoje ser o que sou:  uma pessoa mais feliz do que antes, a cadeira de rodas hoje abriu as portas do mundo, sou muito mais feliz, adoro minhas cadeira de rodas.

Fonte: arquivo pessoal


E ele segue:

- Encontrei forças principalmente em meu Irmão Arquimedes, minha esposa, meu filho, Irmãos na família em geral e nos amigos, e vi no esporte algo a mais a se fazer, novos desafios, limites a serem ultrapassados, o Basquete sobre cadeira de rodas foi o primeiro, hoje jogo pela equipe o CIEP-SE onde representamos o Estado de Sergipe, fui para o atletismo (corrida), mas como todo esporte tem suas dificuldades, no para-esporte as dificuldades são maiores. Não consegui uma cadeira de rodas de corrida, e com essa frustração comprei uma Hand bike - uma bicicleta com propulsão nas mãos - e hoje estou entrando forte no ciclismo (handcycle), onde estou me preparando para a Copa do Brasil em SC e o campeonato brasileiro em Brasília, vejo no esporte individual a chance de ser o primeiro sergipano a ganhar um titulo mundial e participar da paraolimpíadas de 2016, espero que o governo e empresários vejam a oportunidade e me deem chance de treinar e vencer.
Carrego algumas frases do Gladiador que é o lema de nossa família: “O que fazemos na vida, ecoa na eternidade” –Gladiador. E outras, que sempre quando estou competindo fico repetindo e pensando nos familiares , amigos e meu Irmão: “Limites todos nós temos, deficiência esta na cabeça de quem a pensa” - Ulisses Freitas; “Não tenho medo de cair, terei medo de um dia não ter forças de levantar” - Ulisses Freitas

Ulisse Freitas é do Basquete do Ciepe/SE



Postado Por: Anderson Barbosa23:18